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Qual a importância que damos ao que desejamos?

  • Foto do escritor: Casa Integrar
    Casa Integrar
  • 9 de mar. de 2019
  • 2 min de leitura

Por Thayz Athayde


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O alicate velho tem feito mal para ela. Das fisgadas que ele dá, o pior é saber que ela deveria levar para afiar, mas nunca leva. A dor que ela sente ao fazer as unhas lembra insistentemente o quanto adiar as coisas é ruim. Faz até com que ela sonhe com um alicate novo ou afiado.

Nesse momento, pensa o quanto o gesto de levar para afiar é tão fácil, mas que na cabeça dela é uma das coisas mais difíceis a serem feitas. O que poderia acontecer? Alguém poderia julgá-la por passar tanto tempo sem afiar? O alicate estar muito velho? Não sabia, mas por algum motivo que preferiu esquecer, não foi até a venda da esquina amolar o alicate. Preferiu continuar mandando mensagens confusas para os amigos dizendo o quanto estava ferida e que não gostaria de estar. Amolar os amigos enquanto não amolava o alicate pareceu ser a melhor decisão temporária para esquecer aquilo que a machucava.

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Muitas vezes não conseguimos fazer tudo que desejamos, mas dá para fazer o que é possível. O que não foi feito não precisa ser necessariamente o encerramento de algo. O que não-foi-feito pode se tornar um está-para-ser-feito. Isso depende de que movimento iremos dar para aquilo que falta. O tempo para fazermos algo não existe – apenas usamos como fantasia que cumprem promessas temporárias e assim achamos que podemos nos satisfazer completamente. Controlar tudo, querer mais, querer tudo. E aí adiar algo por achar que não é o tempo se torna bem próximo de adiar nossos desejos. Não há outro momento senão o nosso, senão o tempo que criamos e que permite ser exatamente aquilo que gostaríamos de ser. Não é possível ter tudo, mas é possível desejar várias coisas (assim, no plural) a partir do que você deseja e não necessariamente para atender a demanda do Outro. Para tanto é necessário assumir um compromisso com nós mesmas, com a nossa incompletude que tentamos sempre cobrir com coisas que até nos dão prazer, mas que vem atados com angústia.


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